FMO: Fantasia, masturbação e orgasmo é tão prejudicial quanto a PMO?

Já me manifestei em outra ocasião sobre a relação inseparável que, do meu ponto de vista, há entre masturbação e vício em pornografia. Antes da última recaída, tentei não "me premiar" com masturbação, ao assistir a material pornográfico. Contudo, uma hora não aguentei e cedi ao desejo de gozar. Essa experiência demonstra que a pornografia me empurra para a masturbação, que é o gatilho dopamínico. Não acredito que alguém possa ser viciado apenas em pornografia (sem masturbação). Por isso costuma-se utilizar o "padrão PMO".

Considere-se, também, o que Magrão costuma dizer: o vício em pornografia é um vício em fantasias. Nesse aspecto, trago a lume outra experiência. Notei que, muitas vezes, utilizo as mulheres na rua (ou seja, mulheres reais) como estímulo para a fantasia. Fico igual a um tarado, olhando primeiro as partes íntimas (pra ver se o formato está bem delineado - outro fetiche que desenvolvi) para só depois apreciar a mulher como um todo; bem próximo ao comportamento de um limpador de para-brisa AHahahahahaha! Alimento o vício com as imagens que colho na rua, fico desesperado de desejo e acabo me coroando com a masturbação.

Por isso, acredito que a pornografia é apenas o meio pelo qual encontro variedade suficiente para alimentar o vício. Meu cérebro se acostumou a procurar por novidades. Ocorre que eu já tenho um "acervo mental" gigantesco, que pode ser multiplicado até às estrelas, considerando a capacidade da mente de criar! Assim, é como se, a partir dos estímulos pornográficos que consumi, pudesse inventar inúmeros outros capazes de alimentar o vício.

Como bem disse o projeto, nada se compara ao padrão PMO, pois o estímulo visual para o viciado em pornografia é muito forte. Entretanto, parece que fantasiar (ou olhar, taradamente, mulheres na rua) é buscar o mesmo estímulo visual, antes proveniente da pornografia, por outros meios. E, aqui, penso que a questão visual é deveras imperiosa. Vejam que ninguém fantasia com cheiros ou sons; é sempre uma "fantasia visual". Nesse sentido, o reboot nos ensina a transar focado nas sensações do sexo propriamente dito e a evitar fantasiar durante o coito (que seria, portanto, uma maneira de acessar a pornografia por meio distinto da visão).

Por oportuno, é de se colocar que, enquanto viciados, queremos sempre mais. Assim, uma hora a "fantasia" não será suficiente e, inevitavelmente, recairemos na pornografia (que, até segunda ordem, é o que libera mais dopamina) e na masturbação. Então, o problema da fantasia na verdade são dois: estimular, ainda que de modo mais brando, o mesmo processo do vício em PMO; e iniciar o processo de recaída em PMO.

Um abraço fraternal a todos!