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Apresentação/Relato - Protagonista

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Mensagem  Protagonista Sex maio 29, 2015 6:35 pm

Boa tarde, galera! Eu sou o Protagonista, tenho 19 anos, sou gay, e apesar de conhecer esse fórum há relativamente muito tempo (desde outubro/novembro de 2014, para ser exato), relutei durante todo este tempo para me inscrever e escrever esta apresentação.
Consigo me lembrar dos primeiros contatos que tive com a pornografia virtual... diferentemente de alguns, eu não tive minha "iniciação" (vamos dizer assim) diretamente induzida por revistas, até porque meu pai já havia tentado me mostrar uma Playboy da Juliana Paes, de 2004, recém lançada, e pouco ou nenhum interesse eu demonstrei. Porém, apesar de esta revista não ter me causado interesse ao pé da letra, foi mais ou menos nessa época em que eu acessei meus primeiros sites pornográficos, movido pela curiosidade de saber o porquê aquelas imagens não causaram, em mim, o mesmo efeito de vislumbre que causaram em meu pai. E foi assim que eu conheci meu primeiro 'parque de diversões do mal', com o nome de Alexandria do Sexo. E tudo isso com nove anos, precoce demais.
Desde então, eu não parei. Com onze, doze anos, já apresentava comportamentos compulsivos. Lembro-me de ir, todas as semanas, vários dias por semana, até a casa de uma tia para acessar a internet. E tudo isso, porque ela assinava um plano de internet banda larga, considerado ultra-veloz na época (Speedy, que hoje é Vivo, de 256 kbps). Não preciso dizer o que acontecia naquele quarto... muitas vezes, enquanto uma reunião ou churrasco de família estava acontecendo no térreo, lá estava eu, me masturbando no andar de cima. Nessa época, eu já me lembro de ter acesso a vídeos. Demoravam uma vida para carregar, e a reprodução ainda acontecia em um player externo, mas eu esperava, e como esperava...
Algum tempo depois, precisamente em 2009, ganhei meu primeiro computador 'decente' (substituindo aquele antigo AMD K-6, com 128 MB de ram), e finalmente uma internet banda-larga. Foi o fim, eu me acabei em pornografia. Em época de férias escolares, quando todos os jovens 'saudáveis' querem dormir até mais tarde, eu acordava às seis e meia da manhã, esperava todos saírem de casa, e ligava o computador. Assistia a muitos vídeos, ejaculava diversas vezes, e o mais incrível do processo: eu chegava aos orgasmos assistindo a vídeos que pouco tempo depois, ou mesmo hoje, não me causariam excitação alguma. Durante todo esse tempo, de 2009 a 2013 ( 2013, o ano em que sai de casa para fazer faculdade), eu vi as poucas habilidades sociais e comunicativas que eu tinha afundarem mais ainda. Além de ter de lidar com minha auto-aceitação em relação a minha homossexualidade, tive de lidar com a desvitalização que esse vício nos causa. Tive depressão durante algum tempo, mas deixei tudo muito bem escondido, até porque quando eu tocava no assunto dos sintomas, meus pais não acreditavam em mim. E os sintomas eram os mais bizarros possíveis. Eu me achava feio, desengonçado, sem 'talento' para lidar com relações interpessoais. Não que esses pensamentos ainda não passem hoje pela minha cabeça, mas entendendo a 'mecânica do processo', já é possível ter uma visão um pouco diferente. O ápice do meu vício foi quando comecei a me sentir atraído apenas por vídeos que tinham 'fisiculturistas' como atores, isso por volta de 2012/2013.
Foi bem difícil perceber que a coisa estava a evoluir, porque eu já não me satisfazia assistindo a 'qualquer vídeo'. E, apesar de notar a evolução do vício, foi só no fim de 2013 que cheguei a conclusão de que poderia ser esse o culpado pela castração das minhas 'habilidades sociais'. Eu me empenhava tanto em desenvolvê-las: assistia a vídeos motivacionais, vídeos de desenvolvimento pessoal, livros, mas nada adiantava. Eu simplesmente não conseguia colocar em prática o conhecimento que aprendia. Já estava a um nível patológico. Foi quando, no fim do ano de 2013, quando eu já estava a cursar faculdade fora de casa, que eu resolvi procurar a causa, e não mais tentar implementar algo que não saia do zero.
Não lembro ao certo como, mas acabei caindo em um vídeo do Dr. Gary Wilson. Vi que as coisas faziam sentindo, e resolvi colocar em prática a abstinência. Como estava muito arrasado com certos aspectos da minha vida, consegui ficar por volta de um mês sem a pornografia. Foi sensacional. Nunca me senti tão bem. Aquele efeito Superman, que acontece no início do processo de abstinência, foi fortíssimo em mim. Transei algumas vezes durante esse tempo, mas acho que dessa vez acabei não dando tempo para meu corpo reparar a ereção. E mais, eu estava viciado há tanto tempo, que minhas ereções mais 'fortes' eram ereções medianas. No dia-a-dia da masturbação, eu já estava acostumado a ejacular com o pênis consideravelmente abaixo da meia-bomba. Infelizmente, algum tempo depois eu recaí, e tudo voltou a ser como era antes, até o meio do ano de 2014.
Nesse período, eu conheci o amor da minha vida. O cara com quem certamente eu quero passar o resto da minha vida, e foi justamente deste amor, que eu tirei a energia necessária para fazer o reboot de forma correta. No começo foi muito difícil, eu simplesmente não conseguia me concentrar no sexo sem perder a ereção. Tinha que fantasiar certas coisas para mantê-las, e mais ainda para conseguir ejacular. E detalhe: eu simplesmente não conseguia chegar ao orgasmo sem utilizar a minha mão. O reboot durou de forma saudável de agosto a dezembro. Durante esse tempo, eu melhorava exponencialmente a cada dia. Tanto minhas habilidades sociais quanto sexuais. Aquela fobia social que sentia até então, eu simplesmente não conhecia mais, e tanto a ereção quanto o desejo pelo meu parceiro e pelo momento, foram pouco a pouco se sedimentando e aumentando. Foi um processo espetacular, em que não tenho palavras para descrever as recompensas.
Porém, como nem tudo na vida são flores, em janeiro, simplesmente pelo fato de não conseguir administrar corretamente minhas frustrações emocionais, eu recaí. E a recaída atraiu outros e outros episódios. Basicamente, de dois em dois dias eu me masturbava vendo vídeos. Interessante foi ver como aqueles vídeos que, antes do reboot não me atraiam, já me atraiam novamente. Mas o efeito escada foi mais rápido do que o da primeira vez, logicamente, e eu avancei para o padrão de vídeo que eu estava acostumado a ver antes do reboot em apenas um um mês. Durante esse tempo, eu não consegui notar variações nas minhas habilidades sexuais. As minhas ereções ainda continuavam mais fortes, não tinha dificuldades para ejacular, mas todas as recompensas que eu havia conseguido em relação à socialização tinham desmoronado. E lá estava eu, novamente, atormentado por esse grau de 'fobia social'. Fiquei desnorteado, mas resolvi colocar a mão na massa novamente. Focalizando sempre no amor que sinto por este cara, e no futuro que quero para minha vida. Creio que já faça um mês que estou sem PMO. Não tenho o costume de ficar contanto os dias. Isso apenas aumentaria minha ansiedade em relação ao processo, e como pretendo fazer o reboot de forma definitiva, não quero que após a passagem dos 90 dias, eu entre automaticamente em uma zona de menor vigilância em relação ao vício e recaia novamente.
Bom, pessoal, é isso. Eu espero que tenha conseguido fazer um resumo de como este vício me assombra há anos. Esse foi um desabafo, um grande desabafo. Como disse no primeiro parágrafo, eu tinha certa resistência em escrever este relato, justamente pelo medo da exposição. Medo de que meu namorado visse e tivesse noção do quão doentio esse vício pode ser. Ele sabe do vício, sabe que fiz o reboot, mas não sabe que recaí nos últimos tempos. Obrigado por esse espaço de 'botar os monstros para fora', não sabem o quanto nos ajudam. E eu também, quero poder ajudar a qualquer membro, sempre que possível. Estou cansado de deixar que a minha vida siga seu rumo de forma automática, quero ter total controle sobre a forma como eu ajo em reação aos fatos. Eu quero ser o Protagonista de minha própria vida, e por isso o nome. Até mais, fiquem com Deus!

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Mensagem  joelhuay Sáb maio 30, 2015 1:57 pm

Seja bem vindo PROTAGONISTA Very Happy
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Apresentação/Relato - Protagonista Empty Re: Apresentação/Relato - Protagonista

Mensagem  Adeus Sáb maio 30, 2015 2:28 pm

Ola Protagonista,primeiro gostaria de dizer BEM VINDO!
Compartilho muitos momentos de minha vida contigo,principalmente essa questão da fobia social,apesar que ao contrario de você,desde jovem eu era super talentoso para conversar com as pessoas.
Porem ao entrar nesse mundo da PMO,fui perdendo esta desinibição e hoje estou com algumas dificuldades,porem tenho tentado recuperar e tenho notado que estou conseguido.Em boa parte esta minha evolução de seu apos eu iniciar minha batalha contra o vicio.

Uma coisa  que gostaria de compartilhar contigo é sobre o excesso de auto confiança que geramos,após os primeiros momentos do reboot,aqueles momentos que começamos a sentir os efeitos da recuperação.
Assim como você,ja fui longe no reboot e recai,e é incrivel que assim que começamos a notar grandes diferenças em nossas vidas,nos deixamos levar por essa onda positiva de confiança e tropeçamos,e quando notamos a realidade estamos afundados na PMO novamente, e é claro se afundando e perdendo toda a capacidade social que recuperamos nesse período do reboot,é doloroso e concordo contigo que a PMO é
culpado pela castração das minhas 'habilidades sociais'


Protagonista escreveu:......... Durante todo esse tempo, de 2009 a 2013 ( 2013, o ano em que sai de casa para fazer faculdade), eu vi as poucas habilidades sociais e comunicativas que eu tinha afundarem mais ainda. .... ......E os sintomas eram os mais bizarros possíveis. Eu me achava feio, desengonçado, sem 'talento' para lidar com relações interpessoais. Não que esses pensamentos ainda não passem hoje pela minha cabeça, mas entendendo a 'mecânica do processo', já é possível ter uma visão um pouco diferente....
Acredito que boa parte desse tipo de pensamento negativo,auto depreciativo venha do resultado de nossos fracassos nas relações interpessoais,fracasso este causado pelo vicio,sofri o mesmo processo e busquei as mesmas ferramentas para para desenvolve-las,porem com o mesmo resultado.

Eu me empenhava tanto em desenvolvê-las: assistia a vídeos motivacionais, vídeos de desenvolvimento pessoal, livros, mas nada adiantava. Eu simplesmente não conseguia colocar em prática o conhecimento que aprendia. Já estava a um nível patológico.

Porém, como nem tudo na vida são flores, em janeiro, simplesmente pelo fato de não conseguir administrar corretamente minhas frustrações emocionais, eu recaí....
....... E lá estava eu, novamente, atormentado por esse grau de 'fobia social'. Fiquei desnorteado, mas resolvi colocar a mão na massa novamente.
A auto confiança que havia falado lá encima.

Eu agradeço por voce botar seus "monstros para fora",e saiba que quando alguém vem aqui e compartilha sua experiência com esta prática,venho ler,porque sei que isso motiva a mim e aos outros,pois nos lembra dos perigos daquilo que estamos lutando.
Um abraço
Desejo a você melhoras,
espero que você ja tenha lido o e-book.
caso não tenha lido o ebook leia e transforme este espaço e o e book em sua bíblia.
lendo e relendo,mantendo-se em contato frequente.
Adeus
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Mensagem  Protagonista Sáb maio 30, 2015 3:04 pm

Obrigado, Joel Very Happy !

E Adeus, agradeço também à recepção Very Happy. E é justamente como você disse, o nosso excesso de confiança frente aos avanços é justamente o que nos faz olhar demais para o futuro e nos esquecer de pensar no aqui e agora, nos gatilhos, nos bons hábitos que devem ser mantidos.

Quanto às habilidades sociais, como eu disse, apesar de em 70% do meu tempo de vida eu ter sido uma pessoa retraída, por incrível que pareça, minha personalidade não o é. É análogo a um eclipse, a sombra do vício nos impede de enxergamos e de expormos a nossa personalidade por inteiro. Eu sempre gostei de falar em público, de apresentar seminários, trabalhos escolares, tanto que hoje eu dou aula em um cursinho comunitário que a universidade em que eu estudo possui. E é incrível, em tempos de recaída, a minha socialização simplesmente diminui brutalmente a nível individual. Ter que falar com um desconhecido, olhar nos olhos dessa pessoa enquanto dialogo, fica muito difícil. Mas a nível coletivo, como por exemplo, me expor a um grande número de pessoas, eu não sinto os efeitos da recaída, tanto que mesmo quando comecei a dar aula, apesar de estar mergulhado no vício, não tive problemas.

Muitos parentes dizem que quando criança (até uns cinco anos), eu era muito engraçado. Falava com qualquer um, captava as coisas rápido... e é nesses momentos de reflexão que eu venho a me perguntar por onde se perdeu esta personalidade. Talvez ainda esteja aqui por dentro. Esqueci de frisar que, da primeira vez em que fiz o reboot, apesar de ter passado um bom tempo sem assistir a vídeos, ainda tinha a 'obrigação' de fantasiar, imaginar que assistia a algumas cenas, entre outras coisas. Isso porque justamente eu não conseguia ejacular sem o fazer, e esse 'momento' se deu mais ou menos até o terceiro mês, só foi melhorar no quarto. Então eu acredito que, por mais que eu tenha passado quatro meses longe dos vídeos, eu não cheguei a reiniciar completamente. Sentia como se ainda faltassem algumas coisas. A nível sexual, hoje eu estou muito melhor do que quando recaí em janeiro, mas a nível social, talvez ainda um pouco pior.

Mas é isso aí! Estamos aqui para nos ajudar, obrigado pela força, e podem contar comigo para o que precisarem. Sentir essa energia motivacional coletiva que paira por aqui é muito bom. Obrigado Very Happy.

Protagonista

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Apresentação/Relato - Protagonista Empty Re: Apresentação/Relato - Protagonista

Mensagem  flavio Ter Jun 09, 2015 8:26 am

Seja bem vindo Protagonista, e posso te adiantar que o fórum aqui faz diferença, já consegui avançar muito cheguei a 80 dias. E faça isso mesmo procure se apegar ao amor e ao otimismo pois são os grandes aliados para vencer esse vício.
flavio
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