Freud: fantasias e fuga da realidade

Antes de tudo gostaria de dizer que não sei se o conceito de "fantasias" do Freud pode ser usado como sinônimo daquilo que atormenta a mente de nós viciados.

O nosso vício em pornografia-masturbação é um vício em fantasias.

Eu por experiência própria percebo que as fantasias me voltam à cabeça quando me deparo com um momento de frustração na vida real. Então achei interessante colocar aqui o que encontrei sobre fantasias e realidade no texto "5 Lições de Psicanálise" de Freud, porque bate com a minha experiência de perceber o meu vício:

   " [...] os indivíduos adoecem quando, por obstáculos exteriores ou ausência de adaptação interna lhes falta na realidade a satisfação das necessidades sexuais".

   "A fuga, da realidade insatisfatória para aquilo que pelos danos biológicos que produz chamamos doença, não deixa jamais de proporcionar ao doente um prazer imediato"

   "Mantemos uma vida de fantasia onde nos comprazemos em compensar as deficiências da realidade [...]"

   "[o indivíduo] se desprende da realidade, recolhendo-se aonde pode gozar, isto é, ao seu mundo de fantasia, cujo conteúdo [...] se transforma em sintoma".

Essas frases do Freud não se aplicam perfeitamente à situação de um viciado em pornografia? Eu as achei perfeitas na descrição do que nos ocorre. Aliás, talvez sirvam para retratar bem qualquer vício, mas ainda mais o nosso, porque somos viciados especificamente em fantasias, em fuga da realidade portanto.

Li que a teoria do Freud imputa às fantasias papel central, o que me aumentou a curiosidade pela psicanálise.

minha terapeuta tem ido nesta linha